Entrevista: Catarina Raminhos | De Mãe para Mãe

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Entrevista: Catarina Raminhos

De Mãe para Mãe entrevista Catarina Raminhos

Catarina Raminhos é mãe de três meninas – as Marias, como são conhecidas pelo público português – e uma das figuras mais acarinhadas pela comunidade De Mãe para Mãe.

É no blogue “7 da tarde e ainda não lavei os dentes” que retrata as alegrias e os desafios de viver com 3 crianças. Estivemos à conversa com a Catarina sobre esta aventura de ser mãe.


Conhecemos a Catarina como a "mãe das Marias". Como é a Catarina realmente?

É uma rapariga pacata, que aprecia o sossego. Que gosta de ter tempo para as suas coisas (nem que seja apenas treinar, ler ou passear), mas que para o conseguir tem de dar muitas voltas ao dia! Como é teimosa, lá vai levando a dela avante, nem que seja em esforço.


Sabemos que cada gravidez é única. A Catarina notou diferenças significativas nas três gravidezes?

Sim, foram as três muito diferentes e, no meu caso, foram piorando. Pelo facto de a idade ser diferente, mas por chatices que aconteceram nas duas últimas gravidezes e que depois, felizmente, não se revelaram nada de especial.


Como é ser mãe de três meninas com idades tão próximas?

É ótimo. Consigo que sejam cúmplices, principalmente as duas mais velhas, e dá para fazer atividades com as três.

De Mãe para Mãe entrevista Catarina Raminhos


A escolha do nome nem sempre é fácil para os pais. A ideia de chamar "Maria" a todas as meninas foi da Catarina? Existe alguma história por trás da escolha dos nomes?

Não, foi ideia do pai. Eu queria muito que a primeira fosse Maria Rita - sempre adorei o nome, adoro as músicas da Maria Rita cantora e da sua mãe, Elis Regina. O pai também gostava de Maria Inês. Ficou Maria Rita. Quando ficámos grávidos da segunda, o pai disse que ia chamar-se Maria Inês. Eu achei que era falta de imaginação e preferia que fosse Matilde ou Beatriz. O pai começou então a dizer à Maria Rita que a mana se chamava Maria Inês - e quando a pequena Maria Rita começou a dizer que o bebé era “Minês” já não tive coragem de voltar atrás no nome. Quando engravidámos da terceira, já não fazia sentido não se chamar Maria. Escolhemos Maria Leonor porque sempre achámos um nome doce.


O facto de serem só meninas simplifica, de certa forma, as rotinas de uma família com três crianças?

Sim, sem dúvida! E é muito prático a roupa passar de uma para as outras!


Como fazem a gestão familiar? Existe algum truque que possa partilhar com as outras mamãs?

Há coisas que fazemos em série, como dar banhos, pôr creme no corpo, pentear. Acho que não há grandes truques. Requer muita organização e eu sempre fui organizada. Ao mesmo tempo, requer improviso: se o dia foi mais complicado do que pensávamos inicialmente, ninguém morre se ao jantar comer sopa e pizza.


Ser mãe mudou a forma como a Catarina encara o espelho? Porquê?

Sim, porque olho para mim como o resultado de tudo o que a vida me foi dando.


Um assunto delicado, mas que, infelizmente, está na ordem do dia para muitas famílias: a interrupção involuntária da gravidez. Num dos espetáculos de comédia, o Raminhos revelou que a Catarina tinha sofrido, em tempos, dois abortos. Sendo este um tema ainda pouco falado... que conselhos daria aos pais que passaram por uma situação semelhante?

Não sei que conselho deixar. Mas considero muito importante falar-se do assunto para que deixe de ser tabu. Acontece a muitas - MUITAS! - mulheres. Cada uma há-de lidar com a situação como achar mais ajustado, mas nunca deixem de pedir ajuda, nem que seja apenas para falar acerca do que aconteceu.


Agora têm não só três meninas lindas, como também um filho de quatro patas, não é? A chegada do André (o cão) mudou a dinâmica lá de casa? A adaptação foi simples?

Na verdade, 5 semanas depois de o Sr. André ter chegado, adotámos também o Dom Zacarias. Portanto temos dois filhos de quatro patas! A adaptação não foi simples, não vou mentir, mas depois correu bem e eles vão ganhando mais juízo à medida que crescem.


Entretanto, têm vindo a destacar-se novos projetos na vida da Catarina, tais como o blogue e o livro infantil. Como surgiram essas ideias?

Ambos estão ligados à escrita, que foi o que eu sempre gostei mais de fazer desde miúda. Neste momento estou só dedicada a isto a que decidiram chamar de “produção de conteúdos”. Estou já a trabalhar no meu próximo livro, mas não posso adiantar muito (apenas que não será infantil…).


Que impacto é que a criação do blogue "7 da tarde e ainda não lavei os dentes" teve na vida da Catarina?

Para ser sincera, o único impacto que senti foi começar a receber feedback das coisas que escrevo. O blogue é o espelho da minha vida - não faço nada em função de ter o blogue, ele apenas reflete aquilo que a minha vida sempre foi.

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O lançamento do livro "Minore e a Magia das Cores" foi um momento muito especial, sobretudo por ser inspirado na Maria Leonor, a mais pequenina da casa. Pode falar-nos um bocadinho sobre esta nova aventura?

É inspirado na Maria Leonor, que quando era mais pequenina dizia que se chamava “Minore”. Fala de uma menina que é uma trovoada em casa - deixando tudo num desassossego - mas que na rua é atenta e doce para com as pessoas que a rodeiam. Há ainda uma caixa de lápis de cera com poderes especiais, mas se querem saber mais, têm de ler o livro!!


As histórias para adormecer fazem parte das rotinas em casa dos Raminhos?

Sim, sempre fizeram. Já há noites em que as mais velhas querem ler os seus livros antes de dormir e então estão as duas nas suas camas a ler e eu apenas conto a história à mais nova. Mas ler antes de dormir faz parte da rotina sim.


Este livro e o blogue foram uma forma de dar uma nova vida à paixão da Catarina pela escrita?

Foram a forma de fazer acontecer a minha paixão mais antiga!


A pergunta que todas as mães querem fazer: como consegue fazer tudo?!

Nem eu sei. Juro que não sei. Acho que aprendi a relativizar muita coisa. Não consigo chegar a tudo, então não vou stressar com a desarrumação da sala ou com a roupa por arrumar nas gavetas. Aprender a ser mais descontraída ajudou-me muito.


Qual o melhor conselho que poderá dar às mães e futuras mães que nos leem?

Futuras mães: não deem ouvidos à vossa mãe, irmã ou sogra. O vosso instinto acerca do vosso filho é o mais importante e o que tem de contar; mães, não se deixem levar por esse bicho papão chamado “culpa de mãe”, porque “mães perfeitas não são reais e mães reais não são perfeitas!".

Entrevista publicada originalmente em abril de 2020, na edição #02 da Revista De Mãe para Mãe.

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